Brasil Novo Notícias: PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DECIDEM MANTER PARALISAÇÃO

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DECIDEM MANTER PARALISAÇÃO


Os trabalhadores da rede estadual de ensino decidiram manter a greve, iniciada na última quinta-feira, 14. A categoria aguarda desde o começo da paralisação uma resposta do Governo do Estado em relação ao piso salarial que, de acordo com os professores, não é reajustado desde 2015. 
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), hoje, um professor recebe R$ 1.917,00 para 200 horas/mês, valor estabelecido em 2015 e que até hoje não teria alterado e deveria estar, segundo o sindicato, em R$ 2.298,00 para 200 horas/mês.
Para a Secretaria de Estado de Educação, a greve defendida pelo Sintepp não se sustenta, o que evidenciaria “motivação política do movimento”. Segundo a Seduc, “o Estado já demonstrou publicamente, e também no âmbito da Justiça, que o Pará paga, sim, o piso”. A secretária de Educação, Ana Claudia Hage, compara os valores efetivamente pagos aos professores com o valor fixado para o piso nacional. O valor do piso é R$ 2.298,80, enquanto o menor valor pago a um professor do Estado é R$ 3.662,00. 
“O professor que ganha menos, nas escolas estaduais, ainda assim ganha quase 60% a mais do que o valor do piso. Está claro, portanto, que o Pará paga o piso. Aliás, paga muito mais do que o piso. Como se constata se observada a média de remuneração. Em média, o professor paraense ganha o dobro do piso nacional”, afirma Ana Hage, acrescentando que “não há motivo real para essa greve”.
Em texto divulgado ontem em sua página oficial, o sindicato argumenta: “O governo insiste na tese de que paga o piso, pois soma vencimento-base e gratificações, argumento já derrotado por ação do Sindicato em duas instâncias jurídicas”. Na reunião de ontem, os professores decidiram um calentário de ações diárias até a próxima quarta-feira, 27, quando será realizado um ato público e assembleia geral, a partir das 9h, em frente à Assembleia Legislativa do Estado (Alepa).

A greve foi considerada abusiva pelo Tribunal de Justiça do Estado, em decisão do juiz Cláudio Hernandes Silva Lima, que determinou o retorno imediato da categoria ao trabalho sob pena de multa diária de R$ 20 mil.
Entre as principais reivindicações da categoria estão o pagamento do piso de 2016 e 2018 e a garantia de 200 dias letivos (pois foram retirados 40 dias do calendário escolar). Os docentes também apontam como motivações o atraso e suspensão de reformas nas escolas que, conforme explicaram, seriam medidas urgentes. “Temos uma série de problemas na educação pública no Estado que, somando, nos levaram a este movimento de greve. Nós estamos há dois anos sem reajuste. Tem a redução dos dias letivos em 40 dias, o que prejudica muito mais os alunos do que a nossa greve. as escolas, de modo geral, estão com uma estrutura de total precarização. Então, nós não tivemos outra opção senão ir para a greve”, argumenta  Mauro Borges, secretário geral do Sintep.
De acordo com o Sintepp, a categoria está obedecendo a ordem judicial e mantendo 100% das aulas para os alunos do 3º Ano do Ensino Médio, que prestarão provas de vestibular este ano, e 80% das aulas para os demais estudantes, a fim de que o calendário escolar não seja afetado enquanto ocorrem as negociações com o governo.
Em nota divulgada ontem, o Governo do Estado afirma que o movimento grevista tem “baixa adesão da categoria. Quatrocentas e dezessete escolas funcionaram normalmente em todo o Estado do Pará nesta segunda-feira, 18, sendo destas 201 do interior e 216 da Grande Belém.
Fonte: ORM

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