(Foto: via Whatsapp) |
Lideranças
do Movimento Sem Terra (MST) no Pará denunciam um ataque realizado
por pistoleiros contra um acampamento de trabalhadores rurais na
fazenda Santa Tereza, no município de Marabá, no sudeste paraense,
no início da tarde deste domingo (16). Os tiros teriam sido
disparados contra as famílias que residem na área, de acordo com o
MST.
Segundo
Ulisses Manaças, da Coordenação Nacional do MST, o ataque ocorreu
por volta das 13h, quando pistoleiros chegaram em duas caminhonetes.
Os ocupantes de uma das caminhonetes invadiram o acampamento atirando
na direção das barracas, enquanto os ocupantes do outro veículo
bloqueavam a estrada principal da fazenda, impedindo que as famílias
entrassem ou saíssem.
Além
disso, os pistoleiros atearam fogo ao redor do acampamento, o que
provocou pânico dos trabalhadores rurais, inclusive, mulheres e
crianças. Até o final da tarde, não havia registro de feridos.
Área
de conflito
O
acampamento Hugo Chavez existe há pelo menos cinco anos, segundo
Ulisses, e abriga cerca de 320 famílias.
No
entanto, a disputa por terras na região tem provocado diversas
situações de ameaça e intimidação por parte de pistoleiros.
"Já
registramos incêndio nas roças das famílias. Ali existem diversas
lideranças ameaçadas de morte. Aquela área é uma terra pública
que foi grilada por fazendeiros da região", afirma o
representante do MST.
Existe
um processo junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) e ao Instituto de Terras do Pará (Iterpa), segundo
Ulisses, para regularização da área, o que transformaria o
acampamento em um assentamento de fato.
Denúncias
e medo
O
clima de tensão vivido pelas famílias do acampamento fez com que
representantes do MST reunissem, no último dia 27 de abril, com o
secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, Jeannot
Jansen, para que realizassem uma denúncia formal sobre o caso.
"Nós
formalizamos uma denúncia desses acontecimentos e das ameaças de
morte. O secretário disse que tomaria as providências e até agora
não resolveu nada. Temos um aumento vertiginoso de assassinatos e
perseguições. Isso é uma responsabilidade do Estado, está tudo
denunciado e protocolado", revela Ulisses.
Após
o incidente deste domingo (16), as lideranças do MST entraram em
contato com a Defensoria Pública Agrária no Pará e com
representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos
Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA).
Os
representantes dos trabalhadores rurais querem que as entidades
sociais representativas auxiliem no diálogo junto aos órgãos de
segurança, para que agentes das polícias Civil e Militar garantam a
segurança das famílias que vivem nos acampamentos.
O DOL tenta
contato com a Segup a respeito dessas informações.
Fonte:
DOL
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