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segunda-feira, 17 de julho de 2017

TRABALHADORES RURAIS DENUNCIAM ATAQUE A ACAMPAMENTO EM MARABÁ

(Foto: via Whatsapp)
Lideranças do Movimento Sem Terra (MST) no Pará denunciam um ataque realizado por pistoleiros contra um acampamento de trabalhadores rurais na fazenda Santa Tereza, no município de Marabá, no sudeste paraense, no início da tarde deste domingo (16). Os tiros teriam sido disparados contra as famílias que residem na área, de acordo com o MST.

Segundo Ulisses Manaças, da Coordenação Nacional do MST, o ataque ocorreu por volta das 13h, quando pistoleiros chegaram em duas caminhonetes. Os ocupantes de uma das caminhonetes invadiram o acampamento atirando na direção das barracas, enquanto os ocupantes do outro veículo bloqueavam a estrada principal da fazenda, impedindo que as famílias entrassem ou saíssem.
Além disso, os pistoleiros atearam fogo ao redor do acampamento, o que provocou pânico dos trabalhadores rurais, inclusive, mulheres e crianças. Até o final da tarde, não havia registro de feridos.
Área de conflito
O acampamento Hugo Chavez existe há pelo menos cinco anos, segundo Ulisses, e abriga cerca de 320 famílias.
No entanto, a disputa por terras na região tem provocado diversas situações de ameaça e intimidação por parte de pistoleiros.
"Já registramos incêndio nas roças das famílias. Ali existem diversas lideranças ameaçadas de morte. Aquela área é uma terra pública que foi grilada por fazendeiros da região", afirma o representante do MST.
Existe um processo junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e ao Instituto de Terras do Pará (Iterpa), segundo Ulisses, para regularização da área, o que transformaria o acampamento em um assentamento de fato.

Denúncias e medo
O clima de tensão vivido pelas famílias do acampamento fez com que representantes do MST reunissem, no último dia 27 de abril, com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, Jeannot Jansen, para que realizassem uma denúncia formal sobre o caso.
"Nós formalizamos uma denúncia desses acontecimentos e das ameaças de morte. O secretário disse que tomaria as providências e até agora não resolveu nada. Temos um aumento vertiginoso de assassinatos e perseguições. Isso é uma responsabilidade do Estado, está tudo denunciado e protocolado", revela Ulisses.
Após o incidente deste domingo (16), as lideranças do MST entraram em contato com a Defensoria Pública Agrária no Pará e com representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA).
Os representantes dos trabalhadores rurais querem que as entidades sociais representativas auxiliem no diálogo junto aos órgãos de segurança, para que agentes das polícias Civil e Militar garantam a segurança das famílias que vivem nos acampamentos.
DOL tenta contato com a Segup a respeito dessas informações.

Fonte: DOL

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