Oconflito ocorrido na última quinta-feira (21), quando seguranças da Fazenda
Cedro, de propriedade do Grupo Santa Bárbara, efetuaram disparos contra um grupo
de sem terra que tentava invadir a propriedade, elevou o clima de tensão nas
fazendas da região e anuncia uma guerra iminente entre posseiros e fazendeiros.
De acordo com dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa)
existem cerca de 1.500 propriedades rurais invadidas, sendo que 600 com pedidos
de reintegração de posse e 300 com mandados de reintegração já concedidos pelo
Tribunal de Justiça do Estado (TJE).
Dentre as áreas invadidas que
esperam cumprimento de reintegração de posse está a Fazenda Maria Bonita, também
de propriedade da Agropecuária Santa Bárbara, e ocupada por membros do MST desde
julho de 2008. A responsabilidade pela desocupação é do Governo do Estado do
Pará.
Segundo a assessoria da Santa Bárbara, desde que a Fazenda
Maria Bonita foi ocupada, os invasores já mataram mais de 3.500 bovinos nelore
em várias propriedades do grupo. O gado abatido, equivale a mais ou menos
700.000 quilos de carne, volume que daria para alimentar mais de 70 mil pessoas
durante 30 dias. Ainda segundo a Santa Bárbara, além do prejuízo financeiro
ocorreram atentados contra pessoas, funcionários e seus familiares, incluindo
crianças e idosos, sendo que muitos abandonaram as fazendas e foram embora da
região com medo da violência e temendo pela vida.
Nos boletins
registrados na polícia pela Agropecuária Santa Bárbara contra os invasores
constam atentados às pessoas, ameaças de morte, cárcere privado de funcionários
e queimadas, inclusive de áreas de preservação, matas nativas e reserva legal,
além de pastos, destruição de instalações, moradia, cercas, escolas e matança
implacável de animais.
De acordo com informações colhidas junto à
Faepa, o balanço da violência, crimes e atentados às pessoas e ao direito à
propriedade é dramático. As invasões e os crimes delas decorrentes alcançam
prejuízos econômicos inimagináveis para o empreendimento, com consequências
desastrosas para toda sociedade, inclusive maculando a imagem do Estado do Pará.
Outros casos graves envolvendo invasões de propriedade privada ocorre em várias
fazendas situadas na zona rural no município de Ulianópolis, no sudeste do Pará,
onde a invasão de terra se transformou em um negócio lucrativo, um verdadeiro
balcão de negócios.
O pecuarista Camilo Uliana, possui duas áreas
invadidas por grupos que se intitulam trabalhadores rurais. As duas áreas, sendo
uma localizada na zona urbana da cidade, estão com reintegração de posse
concedidas pela Justiça, sendo que até hoje as mesmas não foram cumpridas pelo
Estado.
Na invasão denominada 'Nova Vida', uma das áreas pertence ao
pecuarista, foram detectadas vários flagrantes de ilegalidades, entre eles,
extração, transporte e comércio ilegal de madeira, prostituição e tráfico de
drogas. O próprio Ibama admite que á área foi tomada por criminosos vindos de
vários Estados.
Fonte: O Liberal
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