Várias
entidades e movimentos sociais contrários à construção da hidrelétrica de Belo
Monte participam hoje, em Altamira, da abertura oficial do evento denominado
Xingu+23, coordenado pelo movimento Xingu Vivo Para Sempre. O evento prossegue
até o domingo (17) e contará com a participação de ribeirinhos, pescadores, acadêmicos, ambientalistas, trabalhadores rurais e urbanos. O encontro foi batizado de Xingu+23, em referência ao 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, realizado em 1989, que marcou o início da resistência à Belo Monte. O cenário será a comunidade Santo Antônio, situada a 50 km de Altamira, que já está parcialmente desocupada pelas obras da usina. Financiado pelo BNDES, o projeto da usina de Belo Monte foi orçado em R$ 26,5 bilhões. Por outro lado, os impactos socioambientais e as falhas na aprovação e implantação do projeto têm gerado denúncias de violação de direitos humanos na construção da hidrelétrica. Estão previstos o alagamento perene de 640 km2, a desocupação de 486 hectares no perímetro urbano da cidade de Altamira, a inundação de cerca de mil imóveis rurais, a vazão drasticamente diminuída em 100 km do rio Xingu, e muitos outros impactos socioambientais. O número de atingidos pelas obras de Belo Monte e suas consequências pode chegar a 40 mil, além das 24 etnias indígenas que habitam a bacia do Xingu. Além do Xingu+23, realizado no Pará, o Movimento Xingu Vivo organizará duas atividades na Cúpula dos Povos. A primeira será na terça-feira (19), com o objetivo de debater as usinas hidrelétri cas como falsa solução para a crise ambiental do planeta. A entidade também realizará um encontro de trabalho para organizar ações locais, estaduais e internacionais contra Belo Monte. Uma comissão de artistas liderada pelo ator Sérgio Marone, do Movimento Gota d’Água, participará do evento. De acordo com os organizadores, o encontro visa fortalecer os movimentos de resistência à Belo Monte, e reafirmar que, diante das fragilidades técnicas, econômicas, jurídicas e políticas do projeto, a hidrelétrica não é um fato consumado. A expectativa é que participem atingidos das cidades mais afetadas pela obra, como Altamira, Porto de Moz, Senador José Porfírio (Souzel) e Vitória do Xingu, além de ameaçados pelas barragens do Complexo Hidrelétrico do Tapajós, vindos dos municípios de Itaituba, Santarém e Aveiro. O Liberal |
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Começa hoje em Altamira a “Xingu+23”
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