Brasil Novo Notícias: Notabilidade internacional não conteve mortes por conflitos em Anapu

sábado, 27 de agosto de 2016

Notabilidade internacional não conteve mortes por conflitos em Anapu

A violência agrária em Anapu, no sudoeste do Pará, foi tema de uma audiência pública na Câmara da cidade, conhecida internacionalmente após o assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, em 2005. De acordo com os trabalhadores rurais, 11 anos após o crime, a área continua registrando crimes pela disputa de terras. As informações são de O Liberal.
Por meio da assessoria em Brasília, o Incra informou que a regularização fundiária é de responsabilidade da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, que executa a regularização de terras pelo programa “Terra Legal”. Já a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) disse que tomou as medidas necessárias para prevenir possíveis conflitos na região mencionada, na cidade de Anapu, como o reforço da PM com o emprego da patrulha rural, além da instauração de inquéritos, por intermédio da Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá, para apurar fatos que venham a ser registrados em lotes da mata.
O encontro contou com a participação de autoridades, lideranças comunitárias, agricultores e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que cobrou medidas para conter o avanço dos conflitos agrários no município. O padre Amaro Lopes, que acompanha a situação das famílias vítimas da violência, diz que nove mortes ocorridas nos últimos 12 meses podem ter ligação com disputas de terras.
“Essas mortes ficam impunes. O único que deu nome e foi na casa dele ameaçar que está sendo caracterizado como conflito agrário”, explica o sacerdote.
Segundo a Ouvidoria Agrária Regional, Anapu possui 20 áreas de riscos de conflitos. O ouvidor agrário regional, Marcial Mota, conta que tem percorrido as áreas com a patrulha rural, feita pela Polícia Militar. Ele diz que já comunicou as autoridades sobre a gravidade da situação de conflito no município, principalmente as ameaças às famílias que estão nas áreas disputadas.

“O grande problema desses conflitos agrários é a insegurança com relação à posse e ao domínio da área. Essa insegurança faz com que o posseiro se julgue dono e o ocupante também se ache dono”, explica Mota.
Um agricultor de Anapu, que preferiu não revelar a identidade, disse que recebeu ameaças de morte de pistoleiros da região. “Fui para dentro do mato, passei aproximadamente três meses para lá e depois voltei. Retornei para a cidade e fui obrigado a mudar da residência onde eu morava. A gente sempre procura as autoridades e até agora não vimos ninguém dizer: ‘Não, está preso porque anda matando trabalhador’”, diz.
Fonte: O Xingu

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