Brasil Novo Notícias: Obras de Belo Monte estão parcialmente paradas na Volta Grande do Xingu.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Obras de Belo Monte estão parcialmente paradas na Volta Grande do Xingu.


Na noite de ontem (08/10), um grupo de 80 indígenas de 11 aldeias das seis etnias próximas do sítio Pimental na volta grande do Xingu, em Vitória do Xingu no sudoeste do Pará voltaram a ocupar um dos canteiros de Obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Os indígenas se juntaram a um grupo de pescadores que já estão acampados na região desde o dia 17 de setembro em protesto pela demora no cumprimento de acordos firmados em um documento que resultou no PBA – Plano Básico Ambiental assinado por várias autoridades além da Norte Energia, empresa responsável pela implantação, e funcionamento da Usina.

Foto: Felype Adms.
Após várias reuniões realizadas em Altamira e Brasília, a respeito das condicionantes impostas pelo IBAMA para a mitigação dos impactos às populações tradicionais, as lideranças Xipaia, Arara da Cachoeira Seca, Curuaia, Juruna e Caiapós ameaçam atear fogo nas máquinas do sítio Pimental caso os Presidentes da Norte Energia, FUNAI, IBAMA não compareçam para negociar o cumprimento das condicionantes.

“A gente não quer mais acordo, não dá pra acreditar nesse ‘pessoal’, ou eles começam os serviços e as benfeitorias prometidas agora ou então vamos derramar sangue no Xingu, todo mundo aqui está pronto pra guerra” Disse o Cacique Jair Xipaia.

Os índios ameaçam invadir os escritórios do consórcio e prometem pressionar o governo federal se necessário com detenção de operários. Em entrevista, as lideranças atacam o governo federal e dizem que estão em seu território que foi “invadido” pelas máquinas.

As chaves dos veículos foram tomadas pelos índios, mais de 30 veículos foram apreendidos, as lideranças pretendem juntar mais de 500 índios guerreiros nos próximos dois dias e iniciar o que eles chamam de guerra pela vida dos povos tradicionais.

“Nós moradores aqui a milhares de anos, nunca imaginávamos que seriamos expulsos, hoje nossos direitos não estão sendo respeitados, ninguém aqui invadiu a obra, a obra é que está dentro da nossa casa” Disse Juma Juruna.

Foto: Felype Adms.
Além dos acordos firmados no PBA e as condicionantes indígenas, as lideranças cobram em caráter de emergência acesso às aldeias, perfuração de poços artesianos, navegabilidade próximo as ensecadeiras atendimento à saúde indígena, alimentos, comunicação via rádio, energia elétrica, reforma e construção de casa de apoio em Altamira.

O acampamento montado próximo ao sítio Pimental pelos pescadores da Colônia Z 57 continua com pelo menos 20 pessoas, segundo Lúcio Vale presidente da Colônia o momento é de cobrar ações, pois já foram feitas inúmeras reuniões e até esta data nada foi resolvido.

“Na reunião feita com a gente, prometeram ações e navegabilidade para os pescadores já a partir de setembro, já estamos em outubro, as obras estão avançando rápido e a gente está ficando para trás, mentiram pra todos nos aqui” Disse Lúcio.

Sobre a invasão, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas Obras na volta grande do Xingu, informou que paralisou as atividades no canteiro por questões de segurança.

A Norte Energia, empresa responsável pela construção, operação e funcionamento de Belo Monte, informou em nota que ingressará na comarca de Altamira com ação que visa à reintegração de posse do canteiro ocupado.
www.oxingu.com

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